Avançar para o conteúdo principal

Kilómetros para a perdição 11: furos.

Big fucking shit!
Os furos... Penso que o meu record é 5 furos em 14.5kms. Notem que não é 5 furos no mesmo "furo" mas sim um após o outro, remendo após reparação, paragem após paragem! Por isso eu tentei adaptar me à realidade do commuting: passar menos a andar a pé e mais tempo em deslocações de bicicleta.

No mato eu tento reagir da forma mais calma possível pois quando surge o azar, ao menos estou ao ar livre e longe da civilização. Parar, avaliar o problema, solucionar e encher o pneu. Pronto!

No entanto, não é tão fácil na cidade pois parece haver uma correlação entre os furos e o mau tempo. Provavelmente as bermas estão cheias de lixo levado pela água e para agravar a situação, como vejo muito movimento à minha volta, sinto mais stress para reparar o furo.


5 tipos de soluções ativas e passivas:

  • Substituir a câmara de ar - é garantido não voltar a furar e não se pode negligenciar uma análise rápida do pneu para ver se não algum pedaço de arame/parafuso/caco de vidro que possa voltar a furar. Há duas variantes que são butyl (comum e baratíssimo) e latex (super resiliente e caro);
  • Remendar - resulta perfeitamente mas leva mais tempo que a solução anterior;
  • Patch - são 100% mais caros que a vulgar caixa de remendos com cola, contudo, são super compactos, práticos e rápidos. Costumar vir em 6 unidades e uma lixa. Não é uma solução definitiva como o típico remendo mas é excelente para safar até casa/trabalho;
  • Líquido antifuro - novamente, 100% mais caro que uma câmara de ar simples mas tem uma taxa de sucesso na ordem dos 95%. Ou seja, enquanto haver ar na câmara, o latex vai tapando buracos e pequenos cortes;
  • Pneus tubeless ou pneus tubetype com reforços em carbono e afins - é a solução mais cara e  reduz drasticamente a probalidade de furo.


As hipóteses anteriores são apenas metade da equação. É importante ter uma bomba para encher o respectivo pneu e para tal há algumas soluções portáteis como a bomba manual e a botija CO2.


Bombas
Alguns exemplos.

  • Pressão alta para estrada e volume para pneus largos de btt, outras combinam volume até 70psi e pressão alta até 130psi;
  • Há de single stroke de grande volume e dual pump action com design compacto mas enche o mesmo volume das single stroke;
  • Uns é necessário mudar o interior da cabeça, cabeça que dá para os dois tipos de válvula, cabeça dupla e bombas que dão para incorporar botijas de CO2;
  • Cabeça direta na válvula em que é necessário segurar com a mão (normalmente associado a bombas super compactas), cabeça com vedante/alavanca e cabeça com mangueira para mais flexibilidade;
  • Bombas de mão e/ou bombas de pé.
  • Com ou sem manómetro

O importante é a cabeça, o resto é as botijas mais baratas que encontrarmos!

Botijas de CO2

Tal como as bombas manuais, tem n variantes na disposição da cabeça mas normalmente tem uma cabeça a 90º ou 0º e todas elas com ou sem parafuso para regular o fluxo de ar que entra. As botijas em si, são roscadas variam entre 12g, 16g (± 30psi para roda 29) e por ai fora.
Não esquecer que algumas vedam mal e é uma botija por furo, outras vedam bem e a mesma botija aberta dura mais que um furo.
CO2 tem 3 vantagens sobre as bombas manuais que são: baixo peso, compacto e rapidez no enchimento (um must para pneus tubeless).

Os materiais presentes na bomba também influenciam a fiabilidade da mesma. Materiais nobres como alumínio para anos de trabalho constante e materiais baratos só mesmo para emergência.

Agora vamos falar de dinheiro, pois o mínimo dos mínimos é €2.5 por 2x câmara de ar roda 26 c/ válvula schrader da Decathlon. €4 por 2x câmaras de ar SportZone roda 29. Ou então €3.5 Skabs da Slime. Podemos ver que uma bomba de ar como deve ser custa, em média, €25 single stroke com 22cm de comprimento e pouco mais de 110g. É fixe para levar na mochila ou no suporte de plástico no quadro da bicicleta.
Exemplos de cabeças.
Há tem pneus com protecções até €25 pvp e se combinarmos com latex, outros €8 para 2x pneus/câmara de ar, verifica-se que existe uma miriade de soluções para o ciclista não despender tempo nesta treta pois quando tem tempo e está sol é uma coisa, quando está mau tempo e o sol já se pôs é outra coisa. Acreditem que já passei por muito: 5 furos de rajada debaixo de chuva e 5ºC, empurrar a bike 10km a pé até à labuta, pedalar 7km com pneu em baixo e quase a dar com o aro no asfalto, etc.

O que eu uso: bomba manual da Ikea, "skabs" da slime, caixa de remendos c/ cola da decathlon e duas câmaras de ar no saco a tira colo que levo diariamente. Na bike levo câmaras de ar com latex mas os pneus não têm nada de especial e estão particularmente gastos. Supostamente isto basta para fazer commuting pelas demais "ciclovias" em Lisboa...
O básico pesa quase tudo 500kg.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

O 3º peixe

Segundo a mitologia do PortalBTT, eu tenho de dar nomes de peixes e outros animais aquáticos às minhas bikes. Toda a gente já ouviu falar do Bacalhau, poucos souberam da existência da Sardinha e quase ninguém da nova bike: Canyon ESX 7.0 SE! Bacalhau: Giant Escaper '92 Cr-Mo Sardinha: Giant Terrago '99 Al ?????????: Canyon ESX 7.0 SE de 2007 ou 2008 As sugestões para a nova máquina são: - Cherne, A.K.A. Atlantic Wreckfish ( Polyprion americanus ) - Rodovalho ( Scophthalmus rhombus ) - Orca ( Orcinus orca ) - Leviathan, A.K.A. Monstrous Fish or Whale ( Balaenoptera musculus ) - Sushi, from Blade Runner ( Deckard: Sushi. That's what my ex-wife called me - cold fish. ) Porque é que é sempre tão difícil arranjar nomes? Mas Sushi é giro. Deixem-me só praticar umas célebres frases do Bacalhau. "Avante Bacalhau!" -> "Avante Sushí!" -> "Avante Chéérne!" " Não pares Bacalhau!" -> "Não pares Rodovalho!" -> "Não pares...

Fisioterapia

Que experiência sodomizadora!

Commuting 1: distancia

Eu vou para o trabalho de bicicleta há 6 anos. Nem sempre é fácil mas é possível e fiável. Eu gostaria de deixar umas dicas para outros sentirem se motivados. Os posts vão sobre assuntos aleatórios. Acho melhor assim do que fazer do princípio até uma fase mais avançada. Distancia Bem, quando eu vi que não tinha alternativa para deslocar me para a labuta, resolvi ir de transportes durante anos. CP/metro ou a pé 20 min e metro. Dava uma média de 1h para cada lado. O passe com CP e metro era o mais caro. O passe só com o Metro e Carris ficava pelos 40 euros. Eu podia fazer isto de bicicleta. São só uns 10km... 10km é uma distancia perfeitamente fiável porque eu trabalhava num call center ao pé do Mercado da Ribeira. 10km, fico sentado durante 8h e faço outros 10km para casa. Simples, né? Eu não me tinha apercebido do desnível acumulado que eu fazia diariamente pois Serra de Minas até à Baixa é sempre a descer mas o regresso à noite é super duro mas pronto. Passado ...